O desafio buscou identificar o maior número possível de inovações sociais no setor do turismo que promovam a sustentabilidade. Usamos como base as quatro áreas fundamentais de impacto do campo: a economia local, a inclusão social, a valorização de culturas e a conservação e restauração do meio ambiente.
Além disso, foram especialmente valorizadas propostas inclusivas e afirmativas que reforçam questões de diversidade geográfica, etária, de acessibilidade, de gênero e/ou étnico-racial.
O Desafio pretende aproximar agentes transformadores preocupados em debater e encontrar caminhos conjuntos para o futuro sustentável do turismo. Oferece oportunidades para que os participantes se conectem entre si, troquem sobre seus projetos e, assim, potencializem suas iniciativas nesse momento tão desafiador.
Confira nosso Mapeamento de Tendências de Inovação Social para o Turismo Sustentávelaqui .
Veja mais sobre a parceria entre a Ashoka e a CTG Brasil aqui .
Conheça as iniciativas vencedoras
Rede Batuc - Turismo Comunitário da Bahia em Movimento (da Bahia, representada por Elizangela Lima)
Desde 2015, a Rede BATUC apoia a articulação, capacitação e comercialização dos empreendimentos de turismo comunitário da Bahia. Ela inclui atualmente 34 iniciativas que praticam várias formas de turismo sustentável, incluindo religioso, étnico, de lazer, cultural, gastronômico e ecológico. Tanto seus atrativos culturais locais quanto os atrativos naturais são apresentados com promoção do cuidado, do ensino e aprendizagem em sua preservação. A rede prioriza a promoção da inovação social aplicada ao turismo, implementando práticas de gestão do turismo desenvolvidas localmente em territórios que também possuem como objetivo a valorização da vida em sociedade. Seus bancos sociais e suas moedas locais fornecem incentivos e empréstimos sociais para que as famílias possam investir em empreendimentos locais, ou que faça com que boa parte dos recursos financeiros circulem localmente. Além disso, o planejamento agroecológico, presente em muitas comunidades, combina os ganhos sociais e econômicos com o ecológico.
Rota da Liberdade (de São Paulo, representada por Solange Barbosa)
A Rota da Liberdade atua com turismo em comunidades negras tradicionais. Ela atua como operadora local, enquanto as comunidades são os receptivos locais. Os roteiros valorizam as narrativas e a agenda dessas comunidades, por meio de atividades como rodas de conversa, venda de artesanato, gastronomia e outros. Além do ganho econômico gerado pela inserção das comunidades tradicionais negras no cenário turístico, os roteiros oferecidos proporcionam um impacto sociocultural positivo tanto para quem viaja para conhecer-las quanto para quem os oferece. Projetos como a Rota da Liberdade mostram a possibilidade de o turismo contribuir para a valorização da história e da memória do povo negro - algo cuja importância em um país como o Brasil é imensurável.
Turismo CO2 Legal - Guardiões do Clima (da Bahia, representado por Salvador Ribeiro da Silva Filho)
Criada em Serra Grande (BA), em 2009, esta iniciativa busca envolver o segmento turístico e os turistas na compensação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) geradas por suas atividades e viagens. A taxa de emissão destes gases pode ser calculada em seu site ou pelo aplicativo Calculadora Turismo CO₂ Legal. Os empreendimentos e turistas participantes pagaram pela tonelada de GEE emitida e, com este recurso, agricultores familiares e ambientais atuam para a conservação de florestas, a restauração de áreas degradadas e a prática de agricultura de baixo carbono. Também recebemos pagamentos por serviços ambientais (PSA) e assumimos compromissos socioambientais. Os empreendimentos passam a adquirir, preferencialmente, os produtos orgânicos dos beneficiários e tanto turistas quanto os empreendimentos e beneficiários recebem descontos nas compras feitas na rede de parceiros. Assim, essa rede ligada ao turismo sustentável fortalece a conservação ambiental e a resiliência da comunidade.